O método Charlotte Mason tentava ao máximo utilizar livros vivos. Mas o que são livros vivos e qual a diferença deles para os livros didáticos, como os que as escolas normalmente usam?
Livros vivos são livros que dão vida ao tema. São livros em que a história é narrada de forma bela e instigante, de forma a mover algo em nós, em nossas ideias e em nossa imaginação. Um livro vivo apresenta ideias, e jamais é enfadonho ou apresenta apenas fatos secos.
Charlotte Mason dizia que nós não deveríamos oferecer livros bobos, com linguagem fraca para crianças, mas sim livros que tenham valor literário. Se possível, livros clássicos escritos por grandes autores. Caso não seja possível, que busquemos então livros belamente escritos por alguém que tenha paixão pelo tema.
Como exemplo, essa semana divulgamos a amostra do livro “Entre os animais da campina“, na qual podemos aprender vários fatos sobre as borboletas e sobre as cigarras. Mas são fatos encobertos por ideias e por uma narrativa viva.
Na primeira história, uma borboleta ainda jovem, após sair de seu casulo, visita algumas flores, indagando a elas o motivo de morarem em lugares aparentemente tão estranhos. Ela acaba aprendendo que cada planta ou animal tem seu próprio habitat. Na segunda história, uma cigarra muda de pele (processo de ecdise, quando elas mudam de exoesqueleto), mas sua pele antiga, recém abandonada, é tão parecida consigo, que ela se mostra confusa em relação a quem ela realmente é.
Percebeu? O livro não apenas jogou fatos secos e esperou que isso fosse assimilado. O livro estimula e respeita a inteligência da criança, confiando em sua capacidade intelectiva. A própria criança é capaz de assimilar as ideias e formar uma relação pessoal e imaginativa com esses animais.
Charlotte Mason dizia que a educação é a ciência das relações, e só é possível relacionar-se com algo que seja vivo. Somos pessoas, as crianças são pessoas. Como pessoas, precisamos nos relacionar com o mundo criado por Deus. Assim aprendemos e assim crescemos.
